terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ser disléxico ou tornar-se disléxico? A insustentável leveza de uma significativa diferença

No âmbito do ciclo de conferências "Conhecer a investigação do CIPsi" no próximo dia 31 de Outubro realiza-se na Escola de Psicologia da Universidade do Minho, em Braga, uma sessão dedicada ao tema "Ser disléxico ou tornar-se disléxico? A insustentável leveza de uma significativa diferença", por João Lopes, investigador da Unidade de Investigação Aplicada de Aprendizagem e Realização da Escola de Psicologia. No texto de apresentação podemos ler:

«Porque é que a dislexia já não consta do DSM-V? Porque é que se sustenta, no DSM-V, que as "perturbações específicas de aprendizagem" constituem uma perturbação (doença) mental (de tipo neurodesenvolvimental)? Ter dificuldades na aprendizagem da leitura releva de uma doença (incapacidade) ou de um pecado (preguiça?)? Porque é que há mais disléxicos no Reino Unido ou nos EUA do que em Portugal? E porque é que, apesar disso, o Inglês está bastante mais difundido a nível mundial do que o Português (ou do que o castelhano ou o alemão)? E porque é que usamos um alfabeto e não um silabário ou um sistema logográfico para transcrever a fala?

Sugerimos que (a) as respostas (investigação) à maioria destas questões se tem em geral centrado mais no aprendiz do que no ensino (o qual tem sido sistematicamente menorizado na investigação) e que (b) muitos utilizadores (professores, psicólogos) poderão desconhecer as respostas da investigação especializada, alicerçando as suas crenças e práticas profissionais em modelos não-validados. Partindo destes pressupostos, nesta conferência serão apresentados dois projetos de investigação que têm em comum o facto de se centrarem nas perceções, crenças e conhecimentos nos ensinantes (professores) e nas suas relações fundamentais com os processos de aprendizagem da leitura pelos alunos.»